O
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)
passa a divulgar, mensalmente, os dados da balança comercial das
empresas denominadas trading companies.
Para
a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Lacerda Prazeres,
"essas informações serão importantes para melhor entender os fluxos
comerciais e a dinâmica dos mercados deste setor. Além disso, com um
diagnóstico preciso e atualizado, teremos mais elementos para formular
políticas que possam incentivar, especialmente, as exportações de
empresas de menor porte por parte de trading companies".
Os
dados divulgados hoje pelo MDIC trazem a série histórica da balança
comercial desde 2005 até 2011. De lá para cá, as exportações das
trading companies evoluíram em 188,3%, subindo de US$ 10,3 bilhões, em
2005, para US$ 29,6 bilhões, em 2011. No mesmo intervalo, as
exportações brasileiras globais aumentaram 116% e houve ganho de
participação do setor no total das vendas, de 8,6% para 11,5%.
Em
relação às importações, o patamar se situa significativamente abaixo do
nível das exportações. Na comparação entre 2005 e 2011, as compras do
segmento cresceram 399% e passaram de US$ 1,2 bilhão para US$ 6
bilhões, com aumento da participação de 1,6% para 2,7% do total
importado pelo Brasil.
Com
isso, a balança comercial das trading companies apresenta um histórico
superavitário que alcançou o maior valor em 2011, com US$ 23,5 bilhões.
A corrente de comércio teve ampliação de US$ 11,5 bilhões, em 2005,
para US$ 35,6 bilhões, em 2011, o que representou uma expansão de
210,6%.
Produtos
Em
2011, as exportações das trading companies apresentaram predominância
de produtos básicos que responderam por 87,1% do valor total no ano. No
conjunto dos industrializados, os bens manufaturados representaram 8,4%
da pauta e os semimanufaturados, 4,5%.
Os
principais produtos básicos exportados, no período, foram: minério de
ferro (US$ 20,1 bilhões, participação de 67,9% do total exportado),
soja em grão (US$ 2,2 bilhões, 7,4%), carne de frango (US$ 1,5 bilhão,
5,2%), farelo de soja (US$ 556,3 milhões, 1,9%) e milho em grão (US$
418,9 milhões, 1,4%).
Entre
os produtos industrializados, os mais vendidos ao mercado externo
foram: açúcar em bruto (US$ 1 bilhão, 3,4%), suco de laranja (US$ 600,7
milhões, 2%), preparações e conservas de carne de peru (US$ 178,4
milhões, 0,6%), café solúvel (US$ 172,7 milhões, 0,6%), tubos de ferro
e aço fundido (US$ 140,9 milhões, 0,5%).
Já
as importações brasileiras se caracterizam por uma pauta composta em
sua maioria por bens industrializados, notadamente produtos
manufaturados. Do total das compras realizadas em 2011, os bens
industrializados representaram 95,4% (89,2% de manufaturados e 6,2% de
semimanufaturados).
Os
principais produtos adquiridos, em 2011, foram: automóveis de
passageiros (US$ 2,1 bilhões, participação de 35,5% do total
importado), máquinas automáticas para processamento de dados (US$ 249,3
milhões, 4,1%), aparelhos transmissores e receptores de telefonia (US$
244,6 milhões, 4,1%), máquinas e aparelhos de terraplanagem (US$ 179,8
milhões, 3,0%) e veículos e materiais para vias férreas (US$ 175,9
milhões, 2,9%).
Mercados
As
exportações do setor tiveram a China como principal destino em 2011,
com vendas de US$ 10,6 bilhões, representando 35,9% do total exportado.
Na sequência, aparecem: Japão (US$ 2,8 bilhões, participação de 9,3%),
Países Baixos (US$ 1,7 bilhão, 5,8%), Coreia do Sul (US$ 1,5 bilhão,
5,1%) e Alemanha (US$ 1,3 bilhão, 4,5%).
A
China também foi o principal mercado fornecedor das trading companies
brasileiras em 2011, somando US$ 1,5 bilhão, valor equivalente a 25,1%
das compras do setor no ano. Na segunda posição está a Argentina (US$
1,1 bilhão, participação de 18,7%), seguida por Estados Unidos (US$
765,4 milhões, 12,7%), Reino Unido (US$ 337,7 milhões, 5,6%) e México
(US$ 299,5 milhões, 5%).
Trading companies
São
consideradas trading companies as empresas comerciais exportadoras
amparadas pelo Decreto-Lei nº 1.248/72. Estas empresas contam com a
simplificação em procedimentos administrativos e fiscais sobre as
operações de comércio exterior, além da possibilidade de utilizar o
depósito em entreposto sob o regime aduaneiro extraordinário de
exportação.
Em
geral, as operações intermediadas por empresas comerciais exportadoras
são classificadas como exportações indiretas e apresentam vantagens,
principalmente, para o pequeno e médio produtor nacional que não dispõe
de uma estrutura própria dedicada às operações de comércio exterior,
entre elas:
- Exportação de produtos de diferentes fornecedores de forma consolidada;
- Necessidade de menor capital de giro, devido às operações casadas;
- Melhor atendimento aos clientes, por oferecer variada gama de produtos;
- Redução dos custos operacionais;
- Estoques que permitem regularidade de fornecimento;
- Atuação em diversos mercados.
Mais informações para a imprensa:
Assessoria de Comunicação Social do MDIC
(61) 2027-7190 e 2027-7198
André Diniz
andre.diniz@mdic.gov.br