A
avicultura nacional deve experimentar, este ano, um crescimento
moderado, em torno de 2%, tanto na produção quanto na exportação, em
função da crise internacional. A avaliação foi feita ontem (30), na
Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), no Rio de Janeiro, pelo
presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubrabef), que congrega os
produtores e exportadores de aves do país, Francisco Turra.
O
consumo interno atingiu 47,4 quilogramas por habitante/ano (kg por
hab/ano), em 2011. Ex-ministro da Agricultura entre 1998/1999, Turra
manifestou, entretanto, que, para 2012, o setor preferiu ser cauteloso
nas previsões. "Nós somos até conservadores. Não estamos fazendo
projeção de grande crescimento. Mas nós não vamos nem empatar, nem
decrescer".
Explicou
que há muita turbulência no mercado exterior. Alguns países
compradores, com o objetivo de proteger o produtor local, começam a
ameaçar as exportações brasileiras de aves. "Se não tivéssemos 154
mercados abertos, teríamos sofrido muito". A Rússia foi um dos países
que embargaram as compras do produto brasileiro, de
forma "indevida e injustificada", na opinião de Francisco Turra. Irã e
Iraque também reduziram as importações "para proteger o seu produtor".
A
produção avícola nacional cresceu 7% em 2011, tornando o país o segundo
maior produtor do mundo, "junto da China e logo depois dos Estados
Unidos". As exportações evoluíram 3,2%, mantendo o Brasil na liderança
internacional, com 40% do mercado mundial.
Em
relação ao consumo, o crescimento observado foi 10% no ano passado. O
presidente da Ubrabef disse que as classes C e D estão consumindo muita
proteína. "O brasileiro come 47,4 quilos de frango, 35 quilos de bovino
e 15 quilos de suíno [por ano]. Acho que o brasileiro hoje tem acesso
[ao consumo de proteínas] mais democratizado, universal. E a carne de
frango é mais barata".
Na
área da exportação, argumentou que o mês de janeiro surpreendeu
favoravelmente. "Nós vamos crescer em relação a janeiro do ano passado
mais de 10%". Os números do desempenho do setor neste primeiro mês do
ano serão divulgados hoje (31). "Mesmo assim, não estamos muito
animados para imaginar um crescimento fantástico", ressalvou.