sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Noticia - SETOR ELETROELETRÔNICO CRESCE EM FATURAMENTO, MAS DÉFICIT DA BALANÇA COMERCIAL CONTINUA EM ELEVAÇÃO - Fonte: Aduaneiras.

Embora o faturamento da indústria elétrica e eletrônica tenha projeção de crescimento de 11%, no comparativo com 2009, empresários do setor consideram a estimativa abaixo do esperado. "O crescimento deste ano não representa nem 1% em relação aos números de 2008 e ficou bem aquém das nossas expectativas", avalia o presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato.

Segundo o executivo, o problema cambial tem dificultado as operações com o mercado externo e prejudicado a indústria de bens de capital, que sofre com o aumento das importações. Pela análise de dados preliminares do comportamento do setor em 2010, é possível verificar que a área de bens de consumo possibilitou manter a produção "em decorrência do aumento da renda do trabalhador", enfatiza Barbato para quem a política cambial tem sido "madrasta" da indústria brasileira.

Em 2010, as vendas para o exterior devem somar US$ 7,75 bilhões. Apesar de o valor representar 4% acima das exportações realizadas no último ano quando convertido para reais verifica-se queda de 9%. Assim, a participação das exportações no faturamento total da indústria cai de 13,4%, em 2009, para 11%.

As áreas com maior representatividade na variação positiva são as de automação industrial (28%), material de instalação (23%), utilidades domésticas (20%), equipamentos industriais (17%) e componentes (12%). Já o setor de informática apresentou queda de 22%, seguido por telecomunicações (-19%) e GTD - Geração, Transmissão e Distribuição de energia elétrica (-12%).

Em relação aos mercados de destino, a América Latina se mantém na liderança. Somados, Argentina e países que integram a Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) detêm 52,9% das aquisições de produtos brasileiros, sendo que, individualmente, a Argentina representa 25,6%.

Já as importações, maior preocupação dos profissionais do setor, devem registrar aumento de 41%, em dólares, ou seja, de US$ 25 bilhões, em 2009, para US$ 35 bilhões, em 2010. Em reais, a variação corresponde ao acréscimo de 25%.

Na lista dos produtos mais importados os componentes continuam no topo. Na indústria de telecomunicações registraram variação de 90% e quando destinados à área de informática o aumento foi de 28%. Também se destacaram as importações do grupo motogerador (95%), componentes passivos (45%) e máquinas para processamento de dados (44%).

Pela análise da origem das importações a China se consolida na primeira posição. Sua participação - de 31,4% no último ano - está projetada em 34,1% para 2010. Em seguida, estão os demais países do sudeste da Ásia, que devem se manter na casa dos 29%. A União Europeia ocupa a terceira posição, com projeção de 17,2% contra 19%, em 2009.

Câmbio

De acordo com Barbato, a indústria nacional aproveita a situação de valorização do real para realizar investimentos no seu parque industrial com aquisições no mercado externo. Por outro lado, o fator cambial também estimula a compra de bens finais do setor eletroeletrônico. A participação deles no mercado interno apresenta índices em elevação nos últimos anos e, em 2010, deve atingir 21,5%. As projeções da Abinee indicam taxas de crescimento das importações em todas as áreas.

Barbato enfatizou que o País vive um processo de desindustrialização e que só agora, após o relatório do MDIC divulgado pela imprensa, é que o governo passou a trabalhar com a hipótese. "Por um bom tempo me senti o profeta do apocalipse toda vez que mencionava a desindustrialização. Agora, nada do que eu disse era mentira. É uma desindustrialização facilitada pelo problema cambial que vivemos desde o início do governo Lula."

Para o presidente da Abinee, o governo não adotou medidas adequadas para proteger a indústria nacional e acrescentou que não faltaram propostas, como por exemplo, a adoção de medidas compensatórias para as mudanças ocorridas no câmbio em que a entidade cogitou a desoneração da folha de pagamento das empresas exportadoras ou mesmo a elevação do Imposto de Importação dos produtos com fabricação nacional, para sofrer menos com a concorrência internacional, uma ação possível e que não fere as disposições da Organização Mundial de Comércio.

Concorrência

Outra preocupação do setor é o aumento da participação dos equipamentos importados nas concorrências para as compras de equipamentos destinados aos grandes projetos do PAC, por exemplo, a geração de energia elétrica do complexo Rio Madeira e na linha de transmissão Tucuruí-Manaus, para os quais cresce a presença de fornecedores estrangeiros.

Segundo nota da Abinee, a indústria local dos equipamentos para tais projetos leva dupla desvantagem nas licitações. Primeiro porque perde a concorrência em função da valorização cambial, depois, pela existência de incentivos concedidos em 1968 às importações de bens de capital para investimentos na Amazônia Ocidental. De acordo com a entidade, o impacto das importações e os reflexos na produção local somente serão verificados no futuro, quando o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) contabilizar as estatísticas.

Diante dos números estimados pela Abinee a balança comercial dos produtos do setor deve fechar o ano com saldo negativo de US$ 27,5 bilhões. Um número considerado expressivo e que, segundo Barbato, se nada for feito, sem qualquer ação do governo, deve saltar para US$ 33 bilhões em 2011. Para o empresário, o País perde competitividade de "forma absurda" e espera do próximo governo medidas para que a agenda do setor possa ganhar fôlego a partir de janeiro. "Espero que o novo governo possa considerar esses problemas, pois do contrário vamos continuar gerando emprego na China", desabafou.

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