Informações
adequadas para a tomada de decisões, ganhos em escala e redução dos
riscos são algumas das necessidades apontadas pelas empresas
brasileiras para se tornarem mais competitivas no mercado
internacional. A pesquisa feita pela Agência Brasileira de Promoção de
Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) ouviu 400 companhias
nacionais, dentro do processo de planejamento estratégico do órgão,
vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC).
A
pesquisa teve como foco 25 competências gerenciais em termos de
estratégia, marketing, produção e finanças. "O que a pesquisa procurou
avaliar foi quais eram aquelas competências onde havia uma atribuição
de importância maior e onde as empresas estavam desempenhando pior",
disse à Agência Brasil a gerente-geral de Negócios da agência, Ana
Repezza.
Com
base nas respostas, a Apex-Brasil dividiu os grupos de empresas em
cinco graus de maturidade exportadora, abrangendo desde as companhias
que ainda não exportam até as já internacionalizadas.
As
necessidades apontadas são diferentes, disse Ana Repezza. "A gente
percebeu que à medida que a maturidade exportadora aumenta, surgem
necessidades diferentes para que ela se torne mais competitiva no
mercado internacional". As empresas que ainda não exportam apresentam
grande dificuldade para saber tomar as decisões adequadas. "Há uma
dificuldade grande de informações para ter um melhor conhecimento e
poder tomar decisão de forma menos arriscada", completou.
De
acordo com a gerente, nas empresas mais maduras, o nível de exigência é
maior em termos de competitividade. "As empresas mais experientes
demonstram interesse em otimizar o custo de produção, ou seja, em
ganhar mais escala", disse. As companhias internacionalizadas têm
necessidade de receber informações mais refinadas para diminuir os
riscos financeiros na operação efetuada no mercado exterior.
O
objetivo da pesquisa foi subsidiar as discussões do planejamento
estratégico para que a Apex possa realinhar a lista de produtos e
serviços e buscar um parceiro estratégico mais adequado para conseguir
atingir esses objetivos. Daí a apresentação, hoje (15), dos resultados
da pesquisa para o BNDES. "Para ele [o banco] avaliar, em conjunto com
a Apex, como podem atuar para atender às diferentes necessidades das
empresas em seus diversos graus de maturidade exportadora". A pesquisa
não teve viés setorial, e englobou empresas de várias áreas econômicas.
Ana
Repezza sublinhou que a geração da competitividade é priorizada no
Plano Brasil Maior, lançado pela presidenta Dilma Rousseff em agosto do
ano passado. "A gente quer ter uma base de competitividade das nossas
empresas. O que para nós se traduz em programas de capacitação,
treinamento, indução de melhoria de processos nas empresas, inclusive
que elas invistam mais em design, inovação em seus produtos, para que
conquistem um diferencial no mercado".