O
presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp),
Paulo Skaf, informou no última dia (12) que a entidade vai se reunir
com as montadoras de automóveis para estimular o setor a comprar mais autopeças
da Argentina. Esse foi um dos resultados da reunião que Skaf teve com o
embaixador da Argentina no Brasil, Luis Maria Krecler, na sede da
entidade.
O
objetivo do encontro foi planejar um evento em Buenos Aires no mês de
abril para mostrar a competitividade atual da Argentina e estimular as
vendas de produtos argentinos no Brasil. "Estamos elencando todos os
produtos com potencial de produção da Argentina e que o Brasil pode
comprar, mas, no momento, está comprando de outros [países]", explicou
Skaf.
De
acordo com Skaf, em reunião recente com autoridades argentinas em
Buenos Aires, a conclusão foi que o Brasil precisa comprar mais da
Argentina. "Não há nada de ruim em vender bastante para a Argentina,
porém, a busca de um equilíbrio maior no comércio é necessária. Então,
estamos observando que desde 2005 o Brasil tem registrado consecutivos
superávits na balança comercial com a Argentina". No ano passado, esse
superávit foi US$ 5,8 bilhões.
Skaf
falou também sobre a necessidade de o importador argentino apresentar
ao Fisco daquele país uma declaração a respeito de tudo o que pretende
comprar de outros países. Ele disse que, quando esteve em Buenos Aires,
recebeu a garantia de que o objetivo da medida, que entrou em vigor no
início de fevereiro, não é prejudicar o comércio com o Brasil. "O prazo
do governo argentino é 15 dias para a solução desse problema. Demos um
voto de confiança".
O
embaixador da Argentina no Brasil, Luis Maria Krecler, assegurou que o
governo dele não tem metas para a redução do déficit comercial com o
Brasil. "Não vamos fazer futurologia. Minha missão como técnico de
comércio exterior é reduzir o déficit", disse o diplomata. Sobre a
medida imposta pela Casa Rosada aos importadores argentinos, Krecler
assegurou que a regra não tem a intenção de prejudicar o Brasil. "É uma
medida de melhor supervisão das importações de todo o mundo, não só do
Brasil. Não vamos falar de demora quando recém estamos implementando
isso".
Krecler
ressaltou que o governo da Argentina não teme que o Brasil adote
medidas para restingir a importação de produtos argentinos.