O
Brasil quer intensificar a pauta de exportações para a China, disse
ontem (13) o vice-presidente da República, Michel Temer, logo depois da
reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e
Cooperação (Cosban). Pelo lado chinês, participou o
vice-primeiro-ministro do país, Wang Qishan.
Segundo
Temer, o Brasil quer aumentar as exportações de carne para a China.
"Pudemos enfatizar o nosso interesse em aumentar as nossas exportações
de carnes de aves, de carne bovina e de porco", disse o
vice-presidente. Ele informou que a questão das exportações chinesas
para o Brasil, que têm crescido nos últimos meses, também foi tratada.
"Também solicitamos que fosse feito, pelos chineses, um eventual
dimensionamento das suas exportações para o Brasil."
Temer
disse ainda que, além das carnes, o Brasil também tem interesse em
vender aviões da Embraer para a China. O mercado de aviões executivos
na China é um dos que mais crescem no mundo e o Brasil tem interesse em
vender os jatos Legacy da Embraer para os chineses.
Outro
ponto tratado na reunião foi o Programa Ciência sem Fronteiras que
prevê o envio de estudantes brasileiros para especialização no
exterior. A intenção é que 100 estudantes brasileiros possam estudar na
China e o mesmo número de estudantes chineses possa vir estudar no
Brasil.
De
acordo com o vice-presidente, os dois países querem trabalhar em
conjunto na formulação de políticas no âmbito do Brics - grupo formado
pelo Brasil, pela Índia, China, Rússia e África do Sul - e também no
G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo.
O
vice-primeiro-ministro chinês, Wang Qishan, disse que seu país tem
interesse em fazer mais investimentos no Brasil, principalmente, na
área de infraestrutura. Os chineses também querem aumentar a cooperação
na área de ciência e tecnologia, especialmente na área de
nanotecnologia.
Qishan
disse ainda que o Brasil e a China, "como grandes economias
emergentes", devem trabalhar para recuperar a economia mundial. Além
disso, ele alertou para a questão do protecionismo que tem sido adotado
por muitas economias para proteger seus mercados. "O Brasil e a China,
como grandes economias emergentes, devem combater o protecionismo e
reformular as regras da economia internacional".
A próxima reunião da Cosban deverá ocorrer até o fim de 2013.