quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Noticia - Brasil atrai estaleiros e deve se tornar polo de exportação - DCI/Aduaneiras.

Com uma costa de mais de 7,3 mil quilômetros de extensão, o Brasil começa a se firmar como um grande mercado para barcos. O aumento do poder aquisitivo no País tem levado alguns consumidores a considerar o item para seu lazer. Algo como o "segundo carro de luxo". Diante desse cenário, empresas estrangeiras se instalam no Brasil e fazem planos para tornar o País uma base de exportação para América Latina e até EUA. Este é o caso da italiana Azimut-Benetti, uma das maiores fabricantes do mundo no setor, e que está construindo o segundo estaleiro em solo nacional.

"O Brasil é um país perfeito para o mercado náutico, com alta capacidade de consumo", afirmou ao DCI o presidente da Azimut-Benetti do Brasil, Luca Morando. Mas esse luxo é ainda para poucos, uma vez que um barco "simples", com 20 pés (medida utilizada no setor), não sai por menos que R$ 20 mil. Um iate chega a custar mais do que R$ 5 milhões. "Nosso cliente é sofisticado e sabe que está investindo em um produto de qualidade", ressalta Morando.

E essa qualidade tem um preço alto. Um barco Azimut de 43 pés (cerca de 13 metros de comprimento) - considerado um tamanho bastante confortável - custa em torno de R$ 2,2 milhões. Já um de 60 pés (18 metros de comprimento) chega a custar R$ 5,2 milhões. O estaleiro da empresa, no Brasil, fica em Itajaí (SC), terceiro maior polo náutico do País, perdendo apenas para Rio de Janeiro e São Paulo. E para ampliar a produção dos atuais 30 barcos por ano para cerca de 100 anuais, a italiana vai investir R$ 200 milhões no País. "Já fizemos um aporte de R$ 50 milhões na nossa unidade catarinense e o resto deve ser aplicado na construção de outra planta também em Itajaí", diz Morando.

O executivo afirma que, no início das operações da empresa no Brasil, a produção era feita com componentes importados. Hoje, 30% são nacionais e esse número deve atingir 90% em cinco anos. "Não é possível atingir um índice de nacionalização da noite para o dia. Por isso, estamos trazendo uma rede de fornecedores para compor nosso polo náutico", diz.

E todo esse esforço não é por acaso. A estratégia da italiana é fabricar, internamente, o que hoje é importado. Segundo Morando, a Azimut deverá produzir barcos de 120 pés (cerca de 35 metros), no Brasil. "Em um primeiro momento, a nossa produção será destinada ao mercado interno. Depois, nosso estaleiro exportará para América do Sul e Estados Unidos", destaca.

Morando explica que a mão de obra é um gargalo que dificulta o crescimento do mercado náutico brasileiro. "Estamos treinando pessoal pois o segmento é muito específico e demanda mão de obra especializada", afirma.

Falta de especialização no mercado é um problema também enfrentado pela Kalmar Brasil, estaleiro 100% nacional, vizinho à italiana Azimut, de Itajaí. "Nos apoiamos na marcenaria naval para construir barcos personalizados, bem diferentes dos industrializados. Mão de obra naval está em falta", afirma a diretora da Kalmar, Lorena Kreuger.

Em um setor dominado por grandes empresas, a empresária especializada em projetos de barcos pelo Westlawn Institute of Marine Technology, dos EUA, concentra seus esforços em peças únicas, que podem custar até R$ 1 milhão, dependendo do tamanho e das especificações do barco. "Um projeto pode levar cerca de um ano, mas o cliente participa de cada processo da construção", explica Kreuger.

Só que esse acompanhamento tem um preço. A construção minuciosa e personalizada de um barco médio, de 24 pés, não sai por menos de R$ 270 mil, preço que no mercado pode ser encontrado por R$ 40 mil reais em uma grande empresa. "O nosso processo envolve acertar os detalhes do projeto, encomendar as peças e por em prática o que antes era apenas um objeto de desejo para o cliente", afirma. A empresária destaca que a Kalmar já tem trabalho para o ano todo.

Segundo dados da Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e Seus Implementos (Acobar), o mercado interno produziu cerca de 5 mil barcos em 2011, ante os 4,4 mil do ano anterior. "O setor deve manter esse índice de crescimento em 2012, mesmo se tratando de um item de lazer", afirma o presidente da entidade, Eduardo Colunna.

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