O preço da molécula do gás boliviano aumentou cerca de 35% durante o
ano de 2011, em função da alta do dólar e do óleo no período. De acordo
com dados do MME, a commodity importada atingiu, no final do ano,
patamares entre US$ 8,1316 e US$ 9,4432/MMBTU, dependendo da região.
Com isso, o preço do gás boliviano comercializado no city-gate,
incluindo a tarifa de transporte do Gasbol, cresceu 27%. No último
trimestre do ano passado, o produto importado alcançou entre US$ 9,9018
e US$ 11,2411/MMBTU, dependendo da região.
Com a valorização
do insumo boliviano e os recentes descontos praticados pela Petrobras
sobre os reajustes do gás nacional, a diferença do preço do produto
brasileiro e importado caiu. Se no início de 2011 o gás boliviano era
negociado no city-gate entre US$ 1,71 e US$ 3,05/MMBTU mais barato que
o gás nacional, no final do ano a diferença encontrada variava de US$
0,68 a US$ 2,29/MMBTU.
No Brasil, o gás natural boliviano
abastece todas as distribuidoras da região Sul, o Mato Grosso do Sul e
parte da demanda de São Paulo e Minas Gerais, que possuem um mix
composto pelo gás importado e nacional. O preço do gás da Bolívia é
reajustado trimestralmente e é indexado a uma cesta de óleos.
Gás mais caro em SC
Diante
da alta do energético boliviano, a SCGás apresentou junto à Agência
Reguladora do Estado de Santa Catarina (Agesc) uma proposta de reajuste
de 9,7% nas tarifas para todos os segmentos atendidos. A companhia
alega que, mesmo com o aumento médio de 7,16% autorizado em outubro, o
valor é insuficiente em virtude do significativo aumento acumulado no
custo de aquisição do gás boliviano registrado entre dezembro de 2010 e
dezembro de 2011.
A Federação das Indústrias de Santa
Catarina (Fiesc), por sua vez, vai encaminhar ao governador Raimundo
Colombo um ofício solicitando que governo do estado, que é o acionista
majoritário da SCGás, vete o aumento proposto. A entidade argumenta que
o gás natural é um insumo importante na composição dos custos da
indústria e que o aumento pretendido é prejudicial à competitividade do
setor, já afetado pela crise internacional.