A
região é uma das que têm maior potencial para aumentar as importações
de produtos brasileiros nos próximos cinco anos, diz o diretor do
Departamento de Promoção Comercial do Itamaraty, Rubens Gama.
O
Oriente Médio é um dos mercados de destaque na estratégia brasileira de
promoção comercial. A informação é do diretor do Departamento de
Promoção Comercial e Investimentos (DPR) do Itamaraty, Rubens Gama, que
visitou a Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo, nesta
terça-feira (07). Segundo ele, isso significa que os órgãos do governo
que atuam na área, especialmente o DPR e a Agência Brasileira de
Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), consideram que a região
é uma das que tem maior potencial para aumentar as importações de
produtos brasileiros nos próximos cinco anos.
Nesse
sentido, o governo pretende promover a participação brasileira em
"várias" feiras de negócios e outros eventos no Oriente Médio, este ano
e nos próximos, com apoio da Câmara Árabe. "A ideia é que sempre que um
grupo de empresas tenha interesse em expor em uma feira, organizar uma
missão, nós podemos dar apoio", afirmou o diplomata.
Esse
suporte no exterior é fornecido pelo setor comercial das embaixadas
brasileiras. Em novembro, o DPR realizou em Doha, no Catar, uma reunião
com representantes desses departamentos lotados no Oriente Médio e
Norte da África. No encontro, de acordo com Gama, foram identificados
alguns dos principais eventos de negócios da região, além de setores
que podem ser explorados, como os de alimentos, material de construção,
confecções de alto padrão, calçados e produtos de couro sofisticados,
joias, máquinas e equipamentos, entre outros.
Os
resultados dessa reunião foram detalhados em um relatório publicado
pelo Itamaraty na semana passada. O levantamento inclui informações
sobre países árabes e não árabes. De acordo com o diplomata, estudos de
mercado mais detalhados deverão ser feitos.
Entre
ações de promoção previstas pelo governo este ano estão a missão
comercial ao Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, que será
realizada pela Apex de 12 a 16 de fevereiro, a participação na feira
agrícola argelina Djazagro, de 22 a 26 de abril, e a Feira
Internacional de Cartum, no Sudão, que ocorreu no final de janeiro.
Todas as atividades têm apoio da Câmara Árabe.
Para
Gama, o Brasil necessita ainda preencher algumas "lacunas" no
relacionamento com os árabes. Ele disse, por exemplo, que os
empresários precisam cultivar relações de longo prazo na região,
investindo em presença constante nos países onde se busca negócios e
lembrando que os árabes privilegiam o contato pessoal.
Ele
acrescentou que alguns mercados podem ser melhor explorados e contou
que recebeu recentemente as visitas dos embaixadores da Tunísia e do
Marrocos em Brasília, que manifestaram interesse em estreitar os
negócios de seus países com o Brasil.Além do Oriente Médio, outros
mercados considerados de destaque pelo governo são a África, Ásia -
principalmente o Sudeste Asiático - e a América Latina. "Isso não quer
dizer que nós vamos deixar de tentar ampliar as relações com mercados
mais maduros, mas as maiores oportunidades parecem estar nos
emergentes", declarou. "Nos maduros, as posições [de mercado] estão
tomadas e esses países não passam por um momento de grande expansão",
concluiu.