O
governo federal vai lançar nos próximos meses um conjunto de medidas
para facilitar as exportações de produtos manufaturados, de acordo com
o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira.
"O
governo está fazendo um esforço e nós devemos estar anunciando, nos
próximos meses, medidas para fortalecer e expandir as exportações de
manufaturados. O Brasil sofre mais na área de manufaturados porque, com
a crise internacional, as pessoas não param de comprar alimentos. Elas
precisam de produtos semimanufaturados para industrializar. É normal
que esses produtos não sejam tão afetados quanto os manufaturados."
Segundo
Teixeira, as medidas que serão implementadas fazem parte do Plano
Brasil Maior, lançado em agosto do ano passado. E, apesar de não ter
antecipado os detalhes da ação, ele revelou as áreas beneficiadas.
"Estamos trabalhando em três linhas: simplificação e desburocratização,
melhora no financiamento às exportações e fortalecimento e ampliação da
estratégia de acesso a novos mercados, com promoção comercial. Essas
três áreas são as quais vamos nos concentrar para aumentar as
exportações de manufaturados."
O
secretário executivo do MDIC esteve presente nos dias de desfile do
Grupo Especial das Escolas de Samba do Rio no camarote da Agência de
Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). O local funciona
como ponto de encontro informal entre exportadores brasileiros e
empresários estrangeiros, que são convidados para assistir à festa e
aproveitam para iniciar ali mesmo contatos de negócios.
Para
Teixeira, as perspectivas do resultado da balança comercial brasileira
para este ano são positivas, embora dificilmente se consiga o mesmo
resultado de 2011. Ele acredita que, em fevereiro e em março, deverá
haver superávit comercial. No mês que vem, lembrou o secretário, o
governo divulgará a meta de exportações para 2012.
"O
primeiro trimestre é complicado [janeiro foi deficitário nas quatro
semanas], por causa da crise da Europa muito forte e os Estados Unidos
retomando algumas crises institucionais no Oriente Médio. Mas o Brasil
vai ter superávit este ano e teremos crescimento das exportações, não
tão forte quanto 2011, que foi um ano recorde, em que tivemos um saldo
de US$ 30 bilhões e chegamos a US$ 257 bilhões em exportações", disse.
Teixeira
disse que a pauta brasileira de exportações em 2012 ainda será marcada
pelos setores de alimentos e minério de ferro. Mas destacou também os
setores automotivo, motores, metal-mecânica, ônibus e aviões como
promissores.
Em
relação ao mercado de carnes, Teixeira disse que já houve conversas
aprofundadas com representantes russos e também chineses para que os
produtos brasileiros entrem com mais facilidade nesses mercados. Com a
China, o entrave é basicamente técnico, pois depende de vistoria
chinesa em um número maior de abatedouros brasileiros. No caso da
Rússia, além de exigências técnicas, há pressões protecionistas de
países europeus produtores de carne, que sofrem com a crise europeia e
precisam vender para o mercado russo.
"Nossa
balança vai continuar tendo um peso importante das commodities e dos
semimanufaturados. Isso é uma característica brasileira. Hoje, nós
somos um dos principais produtores de minério de ferro e de produtos
agrícolas e vamos continuar sendo."