Empresários
e sindicalistas anunciaram ontem (27) que farão uma série de
manifestações em diversos estados contra o aumento da importação e a
desindustrialização do país. A mobilização começa hoje (28) no Senado
onde um grupo vai pedir a aprovação da Resolução 72, que reduz a zero a
alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
nas operações interestaduais com produtos importados.
De
acordo com o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o
Paulinho, a prova de que a desindustrialização existe é o fato de que
os empregos estão sendo perdidos no setor. "Por isso resolvemos colocar
o bloco na rua para enfrentar essa questão". Paulinho disse que
empresários e sindicalistas pretendem atuar tanto para aprovar a
Resolução 72, quanto para pressionar o Executivo com relação aos juros
e ao câmbio.
O
presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Adir de
Souza, disse que a intenção não é a de fechar o mercado brasileiro aos
países estrangeiros, mas que deve haver uma proteção para a indústria
nacional. "Este movimento que se inicia não é só de trabalhadores e
empresários, queremos chamar a atenção da sociedade porque o efeito
dessa crise na indústria desencadeia emprego em outros setores".
O
presidente da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp),
Paulo Skaf, ressaltou que empresários e sindicalistas estão igualmente
preocupados com os problemas do Brasil, que em sua avaliação está
perdendo sua competitividade, por causa de altos custos para produzir
em território nacional. "Está custando caro produzir no Brasil, e isso,
leva o capital para investir em outros lugares e traz produtos
importados".
Segundo
Skaf, 25% dos produtos que circulam no comércio brasileiro são
importados. "Quem fala que não há desindustrialização no país está
vivendo fora da realidade. É lógico que está havendo
desindustrialização e isto é prejudicial ao país. O Brasil vai ter, em
2030, 150 milhões de pessoas precisando de emprego e não é abrindo mão
da indústria que emprega intensivamente que o Brasil vai conseguir
empregar bem todo esse contingente".