O México não aceitou os termos propostos pelo governo brasileiro
para limitar as exportações de veículos mexicanos ao Brasil a US$ 1,4
bilhão por ano até 2015. E também ignorou o prazo estabelecido para a
conclusão das negociações entre os dois países envolvendo o comércio de
veículos – que, pelo Brasil, teria acabado nesta sexta-feira. As
negociações entre os dois países, portanto, voltaram à estaca zero.
Segundo afirmou uma fonte do governo brasileiro ao Valor,
o cenário tem “o Brasil insatisfeito com a invasão de veículos
mexicanos de um lado, e, do outro, o México incomodado com a forma
escolhida pelo governo brasileiro para negociar a questão”.
O governo brasileiro enviou na quinta-feira carta aos líderes
mexicanos estabelecendo o limite de exportações anuais de veículos a
US$ 1,4 bilhão, volume US$ 1 bilhão inferior à média anual dos últimos
três anos. Na carta, os negociadores brasileiros do Itamaraty e do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic)
também estabeleciam como prazo limite para as negociações o dia 9 de
março. Os mexicanos não gostaram. De maneira informal já deixaram claro
que discordam tanto do patamar estabelecido por Brasília quanto à forma
de negociação – o envio de carta.
Itamaraty e o ministério não vão se pronunciar até o que o governo
mexicano responda formalmente ao governo brasileiro, o que deverá
ocorrer na segunda-feira.