A indústria brasileira aumentou ligeiramente a parcela da produção destinada para exportações e viu fatias de mercados serem perdidas pela entrada de produtos importados no ano passado. Em 2010, os importados preencheram 21,8% da demanda nacional por produtos manufaturados, superando em 3,5 pontos percentuais os 18,3% de 2009. Foi o maior valor já registrado na série histórica do coeficiente de importação, iniciada em 2003. Já a participação das exportações sobre a produção nacional subiu de 18% para 18,9% na mesma base de comparação, de acordo com levantamento do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). Segundo o estudo, os produtos importados ficaram com 46,8% da expansão do consumo doméstico no ano passado.
Apesar do forte avanço das importações nos últimos meses, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, acredita que o Brasil ainda registrará superávit comercial em 2011. "Eu acho que o saldo da balança comercial vai ser positivo neste ano, pelo menos na casa dos US$ 10 bilhões, talvez mais", disse, depois de participar de reunião promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo, ontem.
A balança comercial apresentou superávit de US$ 548 milhões na segunda semana de fevereiro, com 5 dias úteis. Foram US$ 4,226 bilhões em exportações e US$ 3,678 bilhões em importações. No ano, o saldo da balança comercial atingiu US$ 1,404 bilhão, resultante de exportações de US$ 22,972 bilhões e importações de US$ 21,568 bilhões.
