quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Noticia - Ministra fala em proteger a indústria, mas importador teme desabastecimento | Valor Online


A ministra da Indústria da Argentina, Débora Giorgi, justificou, ontem, a ampliação das licenças não-automáticas, que afetarão duzentos produtos importados, dizendo que o Brasil também costuma adotar a medida. "As autoridades brasileiras foram informadas sobre a medida, que é uma ferramenta que eles utilizam habitualmente", disse Giorgi, em comunicado à imprensa. 

Assessores da ministra disseram ao Valor que ela teria antecipado a decisão às autoridades brasileiras durante visita da presidente Dilma Rousseff à Buenos Aires, em 31 de janeiro. "Nós combinamos continuar trabalhando para articular cadeias de valor que nos permitam equilibrar a balança comercial", afirmou Giorgi. Ela disse que seu objetivo é "proteger o mercado nacional da concorrência desleal". Em 2010, enquanto as exportações argentinas cresceram 23% frente a 2009 as importações saltaram 46% em relação ao mesmo período. 

No total, a partir desta lista, seiscentos produtos serão afetados pelas licenças não automática para entrar na Argentina. Pelas regras da Organização Mundial de Comércio (OMC), o governo tem 60 dias para conceder a autorização. 

As novas barreiras burocráticas entram em vigor em dezenove dias e, segundo assessores do governo brasileiro, podem afetar as exportações do Brasil para o mercado vizinho. "Nossa expectativa é que o governo argentino adote o "fast-track" para os produtos do Brasil", disseram. No ministério argentino, contudo, a exceção esperada pelo Brasil foi considerada como "difícil". "O Brasil faz o mesmo para proteger sua industria", insistiram assessores da ministra. "Mas faremos o que sempre foi feito. Agilizar e respeitar prazos". 

A medida surpreendeu setores importadores da Argentina. "Essa não é uma boa notícia. O consumo interno continua em alta, mas a produção nacional não é suficiente para atender esta demanda em eletrônicos, por exemplo", disse um empresário e importador de uma rede de departamentos que pediu anonimato temendo represálias do governo. O presidente da Câmara de Importadores, Diego Pérez Santiesteban, disse que "não existe invasão" de produtos para justificar a medida oficial. 

O anúncio das novas licenças levou o economista Dante Sica, da consultoria Abeceb, a afirmar que haverá "tensão de preços", quando a inflação continua sendo uma das principais preocupações no país. Mas as licenças foram elogiadas pelos fabricantes de Terra do Fogo, na Patagônia, onde o governo da presidente Cristina Kirchner quer estimular a produção nacional de eletrônicos. Ao mesmo tempo, o presidente da Fundação Pro-Tejer, Pedro Bergaglio, disse que a medida "é uma resposta às praticas comerciais desleais do último ano". A importação de alguns tecidos, diz ele, "triplicou" desde 2008. 

A indústria metalúrgica, reunida na Associação Argentina de Fabricantes de Maquinas, Ferramentas e Acessórios (Adimra), também respaldou a iniciativa. "Existe, hoje, uma grande pressão das importações que colocam em risco o atual processo de recuperação da produção, do investimento e do emprego do setor metalúrgico", disse, segundo o jornal "El Cronista".

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