O
presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos
Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, defendeu na última
sexta-feira (3) a manutenção do acordo automotivo entre o Brasil e o
México. "Achamos esse acordo muito importante para o país e confirmamos
a necessidade de manter esse acordo", disse.
Representantes
de diversas montadoras se reuniram nesta tarde com o secretário
executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, para argumentar que
haverá prejuízo ao Brasil caso haja rompimento da parceria comercial
com o México. Belini, no entanto, acredita que o acordo será mantido.
"Não falamos sobre rompimento. O que existe hoje é processo, de dentro
do governo, de reavaliação do acordo", comentou.
Na
opinião do presidente da Anfavea, o "desequilíbrio na balança
comercial", que tem preocupado o governo, não afeta a indústria
automotiva brasileira. "Esse desequilíbrio não interfere. Existem
importações e exportações.
Quando
têm acordos bilaterais tem que ver que há dois lados. De um lado, temos
superávit com a Argentina e, por outro lado, déficit com o México. São
períodos cíclicos", argumentou.
Belini
não quis adiantar quais mudanças estão sendo discutidas pelo governo.
Segundo ele, uma nova reunião com o setor produtivo será marcada assim
que as alterações forem definidas.
No
Palácio do Planalto, o assunto também foi discutido entre a presidenta
da República, Dilma Rousseff, e os ministros de Relações Exteriores,
Antonio Patriota, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
Fernando Pimentel. Na saída do encontro, Pimentel disse que o Brasil e
o México vão renegociar o acordo de importação de automóveis.
Firmado
em 2002, o acordo bilateral permite a importação de veículos, peças e
partes de automóveis do México com redução de impostos e institui um
percentual mínimo de nacionalização dos veículos vindos do país. A
parceria é semelhante à que existe entre o Brasil e os países do
Mercosul. Da forma como está, o tratado tem beneficiado os mexicanos,
visto que as importações de veículos do México tiveram aumento de 40% e
o país é o terceiro maior vendedor para o mercado brasileiro.