quinta-feira, 3 de maio de 2012

Noticia - Importações em queda apontam recuperação fraca - Valor Econômico.

O desaquecimento na economia global ampliou, em abril, os danos ao desempenho exportador brasileiro: as vendas caíram 8% e aumentaram apenas 2% no primeiro quadrimestre, na comparação das médias diárias com igual período de 2011. Mas a queda das importações, de 3% no mês passado, indica algo mais: a fraca recuperação da economia doméstica. Isso amenizou a diminuição do saldo comercial, que fechou o mês em US$ 881 milhões.

As compras externas de matérias-primas e bens intermediários caíram 6,6% em relação a abril de 2011, indicando fraco apetite da indústria por insumos, enquanto as de bens de consumo recuaram 11%, arrastadas pela menor importação de automóveis. Já as exportações de produtos básicos diminuíram 7,2% e as de industrializados, 8,2% na mesma base de comparação. Para o economista Francisco Pessoa, da LCA Consultores, os indicadores de abril conhecidos até agora acendem "um sinal amarelo" para a indústria no início do segundo trimestre.

O Índice dos Gerentes de Compra (PMI) do HSBC referente a abril mostrou que "tanto a produção quanto o volume de novos pedidos dos fabricantes brasileiros caíram em relação a março, com as empresas citando, em geral, a demanda mais fraca por parte dos clientes", segundo relatório do banco. A piora foi praticamente generalizada entre os diversos componentes do índice.

"Ainda não conseguimos enxergar a economia tomando força", diz Rafael Bistafa, da Rosenberg & Associados, citando a forte queda de 34% do superávit comercial acumulado no ano, na comparação com 2011.

No quadrimestre, o superávit comercial é de US$ 3,3 bilhões, dois terços do registrado em 2011. As exportações cresceram apenas 2% em relação aos primeiros quatro meses de 2011, com queda de 3,3% nas vendas de semimanufaturados e aumento de 3,4% na exportação de manufaturados, principalmente aviões.
As vendas brasileiras à União Europeia caíram 8,5%; para a China, 2,9% (embora tenham crescido 4,5% para a Ásia) e 24% para o Mercosul (27% para a Argentina). Para o governo, a performance comercial brasileira é semelhante a de outros países emergentes no início deste ano. Até março, Coreia do Sul, Chile, China, Argentina e África do Sul também mostraram recuo nas exportações.

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