A agenda da competitividade industrial é urgente para o governo,
afirmou Nelson Barbosa, secretário-executivo do Ministério da Fazenda e
um dos principais interlocutores econômicos da presidente Dilma
Rousseff. Ao defender as duas medidas provisórias que ampliam os
estímulos à indústria, Barbosa, que nesta terça-feira participa de
audiência pública no Senado Federal, afirmou que a desoneração da folha
de pagamentos de diversos setores é fundamental, em especial para as
exportações. “As empresas que são 100% exportadoras não terão como
contrapartida a contribuição previdenciária sobre o faturamento para
compensar a desoneração da folha de pagamento, então elas terão uma
desoneração integral”, afirmou.
Barbosa também defendeu o repasse de R$ 45 bilhões do Tesouro
Nacional ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), e rebateu as críticas de que a operação é onerosa aos cofres
públicos. “De fato há um custo para o Tesouro, que é fácil de calcular.
Mas o custo aparece primeiro. Os benefícios surgem depois, e serão
enormes tanto para o Tesouro quanto para o país”, afirmou, ao citar o
aumento dos dividendos pagos pelo BNDES ao Tesouro Nacional, em
decorrência da ampliação da carteira de empréstimos às empresas.
O secretário-executivo da Fazenda também defendeu a criação da
Agência Brasileira de Garantias, prevista na Medida Provisória 564. “É
fundamental para a competitividade da economia que tenhamos garantias
firmes”, disse Barbosa. “Para os exportadores, a garantia é tão
importante quanto o câmbio.”
Segundo Alessandro Teixeira, secretário-executivo do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a criação da
agência é prioritária diante “deste cenário de grandes dificuldades no
comércio exterior”.