Entrou
em vigor nesta quarta-feira (1º) o novo regime de importação argentino.
A partir de agora, os importadores argentinos terão que pedir
autorização prévia à Afip, a Receita Federal local, e enviar um e-mail
à Secretaria de Comércio Interior, que promete dar uma resposta aos
pedidos de importação em, no máximo, 13 dias úteis.
"O
governo prometeu-nos que não usaria esse instrumento como uma trava às
importações e que o novo sistema deveria agilizar as operações e
reduzir os custos. Mas só poderemos avaliar a eficácia daqui a duas
semanas, que é o prazo dado pelo governo para conceder ou não as
autorizações de importação", disse à Agencia Brasil Miguel Ponce,
gerente de Relações Institucionais da Câmara de Importadores da
Argentina (Cira).
No
momento, o que mais preocupa os empresários é a quantidade de produtos
que foram importados antes da entrada em vigor do novo regime e que
estão há meses presos nos portos e nas alfandegas da Argentina. "Várias
indústrias já foram prejudicadas por esse atraso para liberar as
importações, inclusive a automotiva e petrolífera", explicou.
Os
produtos que ainda aguardam autorização para entrar na Argentina
incluem desde máquinas para fabricar autopeças e equipamentos para a
indústria petrolífera como implantes dentais, pratos e eletrodomésticos
importados do Brasil.
A
queda nas importações é visível nos supermercados argentinos. É difícil
encontrar desde ferros de passar roupa a liquidificadores. Muitos
exportadores do Brasil e do Uruguai estão evitando fechar negócios com
a Argentina antes de saber como funcionará o sistema. Na quinta-feira
(10), o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(Fiesp), Paulo Skaf, se encontrará em Buenos Aires com empresários
brasileiros e com o ministro da Economia da Argentina, Hernan Lorenzino.